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O leopardo

TOMASI DI LAMPEDUSA, Giuseppe. O leopardo. Porto Alegre: L&PM, 1983. 206 p. 


O leopardo é uma obra do Príncipe Giuseppe Tomasi di Lampedusa, Duque de Parma. O romance foi escrito entre 1955 e 1957 enquanto definhava de uma doença que o mataria, em julho de 1957, logo após concluir a obra. O texto é narrativo e com uma forte descrição e marcante detalhamento dos cenários e ambientes em que a obra se desenrola.

O romance, num primeiro instante, se passa em Villa Salina, na atual província de Palermo, região Siciliana, Itália. Símbolo da família dos Salinas, o Leopardo é atribuído, também, ao Príncipe Dom Fabrizio, personagem principal da obra. Dom Fabrizio é descrito como um chefe de família, amante da matemática e astronomia. Com frequência, o Príncipe é referenciado no texto em batalhas internas, entre ser rude, para com seus interlocutores, ou amável, vencendo quase sempre sua amabilidade.

Situada nos arredores de Villa Sallina, está a Villa Falconeri, pertencente a Tancredi, sobrinho do Príncipe. Tancredi Falconeri é descrito como um rapaz astuto, bem humorado e irreverente, características que arrebataram o coração do seu tio, Dom Fabrizio. O jovem Falconeri participou da tomada de Sicilia, junto com os homens de Garibaldi. Após a tomada da ilha, pela sua atuação em campo de batalha, foi-lhe conferido o título de Capitão.

Na temporada de férias, de agosto a novembro de 1860, os Salinas viajaram à Donnafugata, descrita no romance com um enorme palácio, com vários pátios e jardins, entre sua construção, além de imensos salões e inúmeros quartos. Nesse ponto se inicia a história de amor entre Tancredi e Angélica, filha do prefeito local. O Príncipe Salina via nela uma oportunidade única para seu sobrinho, falido pela má administração de seu falecido pai, de se levantar política e financeiramente.

Dom Fabrizio veio a falecer em julho (mesmo mês que o autor) de 1883. Em seu leito de morte, estava rodeado por suas filhas, Concetta e Carolina, seu neto, filho de Concetta, Fabrizietto, seus sobrinhos Tancredi e Angélica. A história se encerra em maio de 1910, no mesmo local onde teve início, Villa Salina, com a visita do Sumo Pontífice à capela mantida pelas três irmãs, filhas do Príncipe de Salina.

Em uma análise aprofundada do texto, é possível refletir sobre alguns aspectos omitidos no resumo, como a indiferença que os habitantes supostamente tinham em relação à unificação da Itália. Em um diálogo entre o Príncipe e um representante do novo governo, torna-se evidente que os sicilianos não eram desejosos de mudanças, pois, segundo Dom Fabrizio, eles eram perfeitos, eram deuses, mesmo vivendo em total miséria.

Outro aspecto que chama atenção no texto é a religiosidade. Essa era tanta, que em Donnafugata o príncipe mantinha um convento, sem falar da igreja em Villa Salina e a estreita relação do Príncipe com um padre jesuíta. É um texto muito interessante, e embora fictício, remete a fatos históricos, como “o desembarque dos mil de Garibaldi” na luta pela unificação da Itália.

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